Encontrei Deus no Facebook
de Ahmed Madani
Sinopse
“Como pode uma adolescente bem comportada, bem-educada, bem protegida pela mãe, cair numa máscara pseudo-religiosa de aventura extraordinária e todo-poderosa? Como reage uma jovem mãe que conseguiu libertar-se do peso da tradição, da religião e da família ao que considera uma traição à sua luta pela liberdade? Que diálogo ainda é possível estabelecer entre estas duas gerações de mulheres? Este parece-me ser um verdadeiro tema social em que a ficção e a poesia podem encontrar uma forma de expressão que não deixará de repercutir nos espectadores. Evocar fingimentos, manipulações, aparências, espiritualidade, exaltação, amor, amizade, morte para falar da solidão e da desorientação de um jovem que procura o seu lugar numa sociedade frágil é uma tarefa emocionante, desde que possa ser neutralizada através do riso e da teatralidade”.
Ahmed Madani

Ficha Artística e Técnica
Tradução Mathilde Ferreira Neves
Cenografia e figurinos Luís Santos
Encenação Figueira Cid
Assistência de encenação Danilsa Gonçalves
Com Apollo Neiva, Elsa Pinho, Matilde Magalhães
Desenho de luz Duarte Banza
Construção de cenografia Francisco Cambim
Mestra de costura Maria Joana Pinto
Imagem original do espectáculo Coca Froes David
Fotografia Luís Cutileiro
Registo e edição de vídeo Paulo Santos e Guilherme Anahory
Design de comunicação Inês Palma
Secretariado e produção Vanda Rufo
Classificação: M/14
Duração: 90'


Ahmed Madani aborda o tema tão delicado da radicalização dos jovens. Uma mãe de origem argelina, professora do ensino secundário, cria sozinha a filha adolescente, que fica cada vez mais difícil. As redes sociais vão virar a sua vida e as suas crenças de cabeça para baixo.
Tem-se notado, nos últimos anos, do jihadismo à extrema-direita, uma tendência crescente e preocupante: a maioria dos ataques são planeados e perpetrados por jovens.
A falta de oportunidades socioeconómicas e os sentimentos de alienação social serão, porventura, causas amplamente divulgadas.
A influência das redes sociais e apps tecnológicas contribuem para difundir o ideário extremista e facilitam a radicalização e o recrutamento. A simplicidade na forma de comunicação, o carácter divertido e universal ou até a rapidez na resposta. O objetivo é criar uma visão coerente do mundo, apelando a uma vida de aventura, em um estilo cinematográfico.
Fascinam-se e aliciam-se jovens com base em incentivos materiais – oferecendo, alegadamente, oportunidades de “emprego”, habitação e alimentação – bem como recompensas espirituais através do apelo ao martírio, heroísmo ou ao nacionalismo patriótico. Da violência ao terrorismo, um passo.
Este espectáculo surge, justamente, dessa necessária chamada de atenção para o show off e a perigosa manipulação da extrema direita e que lhe está pegada à pele.

