ESPECTÁCULOS PARA DIGRESSÃO
Encontrei Deus no Facebook
de Ahmed Madani
“Como pode uma adolescente bem comportada, bem-educada, bem protegida pela mãe, cair numa máscara pseudo-religiosa de aventura extraordinária e todo-poderosa? Como reage uma jovem mãe que conseguiu libertar-se do peso da tradição, da religião e da família ao que considera uma traição à sua luta pela liberdade? Que diálogo ainda é possível estabelecer entre estas duas gerações de mulheres? Este parece-me ser um verdadeiro tema social em que a ficção e a poesia podem encontrar uma forma de expressão que não deixará de repercutir nos espectadores. Evocar fingimentos, manipulações, aparências, espiritualidade, exaltação, amor, amizade, morte para falar da solidão e da desorientação de um jovem que procura o seu lugar numa sociedade frágil é uma tarefa emocionante, desde que possa ser neutralizada através do riso e da teatralidade”.
Ahmed Madani
O Tesouro
inspirado no conto homónimo de Manuel António Pina
Há muito tempo atrás existia um país, muito parecido com o nosso, mas sempre que alguém vinha de fora, reparava que as pessoas não eram felizes. Diz-se que houve lá um tesouro que, ao ser roubado, contaminou todas as pessoas com uma tristeza misteriosa. Por isso, esse país era chamado de País das Pessoas Tristes. Ao descobrir esta história, Artur, uma criança bastante curiosa, decide partir em busca desse tesouro tão secreto. Entre trava-línguas, cravos vermelhos e um monstro que devora palavras, Artur tenta decifrar este mistério, na esperança de devolver a felicidade a todos os habitantes.
O Esplendor do Caos
a partir da obra de Eduardo Lourenço
"O Esplendor do Caos”, obra singular escrita nos anos 90 do século passado, é o mote para um espectáculo vibrante, fragmentado, onde se cruzam linguagens, temas, reflexões e imaginações, que nos conduzem por um labirinto surpreendente em torno da pergunta “Que caos é este que habitamos?”.
Talvez não encontremos resposta para esta questão, mas vamos com certeza levantar outras perguntas. Ou não. E não faz mal.
co-criação a bruxa TEATRO + ASTA teatro
Chovem Amores na Rua do Matador
de Mia Couto e José Eduardo Agualusa
'Chovem Amores na Rua do Matador' narra o conflito entre Baltazar Fortuna e as três mulheres com quem se relacionou, Mariana Chubichuba, Judith Malimali e Ermelinda Feitinha.
Baltazar é um homem que anda amargurado com a vida, com Deus e consigo, portanto, regressa à vila onde vivem as três mulheres com uma única intenção, matar uma por uma. Ele acredita que elas são as responsáveis pela sua vida de infortúnio. O que Baltazar não estava à espera é que elas não pretendem colaborar, não querem morrer.
A Carne dos Rabos Tristes
de Pierre Notte
Uma negra sedutora que passa o seu tempo a apanhar sol, uma loira atordoada que vende crepes, um rapaz suicida que vende a carne das suas nádegas, e um pai falecido que quer ser perdoado, envolvidos num estranho comércio destinado à reconciliação dos seres.
Ao envolver música e poesia, Pierre Notte – pela primeira vez apresentado em Portugal, se nos não falhou a pesquisa -- estabelece uma distância lúdica para melhor decifrar a violência humana.
Neste music-hall, impulsos animalescos misturam-se com a doçura dos crepes de açúcar. É um vai-e-vem entre a crueldade e o humor, onde as melodias convergem para surpresa de nós mesmos. Uma metáfora sobre a dádiva incondicional, o amor e a esperança.